Nem a quarentena para a banda Scalene! Eles acabam de lançar “Fôlego”, um EP com cinco faixas que ilustra bem o momento que estamos vivendo. Um momento em que respirar nunca foi tão importante – seja o ato motor ou aquele que diz respeito ao controle da ansiedade.
O EP funciona como uma extensão de “Respiro”, último disco lançado no ano passado e foi produzido à distância, cada integrante em sua casa, como vem acontecendo com os músicos nessa pandemia.

Gustavo Bertoni – cred. Gabriel Hand
“Por mais que não estivesse previsto e seja fruto do período de distanciamento social, sinto que Fôlego é uma continuação bastante natural do Respiro“, explica o vocalista Gustavo Bertoni. O ep marca também o fim da fase light da banda. “É uma despedida dessa fase em que exploramos um som mais calmo, um reflexo do momento em que a gente está vivendo, tanto na forma como ele foi produzido – à distância – quanto nos temas das letras”, comenta.
“Eu sei que há mais, há de haver mais”, diz o refrão de “Caburé”, primeira canção do novo trabalho, um processo de absorção de tudo o ue está sendo vivenciado agora, como descreve Gustavo. Em seguida, “Passageiro” cria perspectivas diversas para o que rege as vontades e escolhas de cada um. “Querer mudar, afinal, é legítimo ou apenas uma projeção?”, provoca a banda.
Provocação que desencadeia a terceira faixa, “Caleidoscópio”. “Tem uma vigilância moral que nos afasta de enxergar o outro com empatia. Mesmo na busca por uma melhora, todos encontram limitações no caminho”, afirma Gustavo.

Capa: @allicequaresma
Já “Espelho” surge como uma forma de não ser omisso e com oa promessa de levar aos fãs uma (auto)reflexão sobre a estrutura racista da qual fazemos parte. “Estar a Ver o Mar” é a faixa que encerra o EP, única criada antes da quarentena. “É sobre a sensação de observar o que está acontecendo no entorno. Quando você se enxerga como parte desse algo maior, também entende que não é possível ter controle sobre o todo”, explica Gustavo.
“Fôlego” foi produzido por Diego Marx e mixado por Ricardo Ponte, também à distância, e chega aos aplicativos de streaming pela slap, selo da Som Livre. A arte de capa do EP é assinada por Alice Quaresma. O ep está disponível em todas as plataformas digitais da banda.
- Cred. Breno Galtier
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